Páginas

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Música - Especial Mês de Junho

Música 30: A Vida do Viajante - Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil


É com grande felicidade que fecho a sessão Especial 30 Dias com essa música, traduzindo o sentimento do viajante e da absorção das culturas do nosso país. De certa forma, entendam essa música como sendo a vontade de reunir todas em uma só, capaz de expressar a saudade de tudo que vivemos até aqui, das recordações que passamos ao ouvir cada uma dessas músicas, das lembranças de momentos que vivemos ao som de todas elas. Que tenham sido momentos felizes ou simplesmente marcantes. Que um dia a gente também possa descansar feliz e relembrar tudo que passamos, e que nesse momento brote um sorriso de satisfação por ter vivido plenamente e que se cair uma lágrima, que esta seja a saudade que não segurou no peito e escorreu pelos olhos.
Obrigado por ter nos acompanhado até aqui! Até a próxima!

A Vida do Viajante

Composição: Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil

Minha vida é andar
Por esse país
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras por onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei.

Chuva e sol
Poeira e carvão
Longe de casa
Sigo o roteiro
Mais uma estação
E a saudade no coração

Minha vida é andar...

Mar e terra
Inverno e verão
Mostra o sorriso
Mostra a alegria
Mas eu mesmo não
E a alegria no coração

Minha vida é andar...


Música - Especial Mês de Junho

Música 29: Asa Branca - Luiz Gonzaga e Humberto Texeira
Volta da Asa Branca - Luiz Gonzaga
Súplica Cearense - Gordurinha e Nelinho


Trouxe no finalzinho do nosso Especial 30 dias, três músicas que foram interpretadas por Luiz Gonzaga que mostrava a saga nordestina de seca, da volta da chuva e por vezes, das inundações. Pra mim, três clássicos da Música Brasileira e mereciam destaque especial. Espero que vocês tenham a mesma percepção narrativa e continuada que tive ao ouvir essas músicas, que mesmo separadas compõe o enredo da vida nordestina.


Asa Branca

Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus "óio"
Se "espaiar" na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

A volta da asa branca

Composição: Luíz Gonzaga

Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação

A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador

Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.

Súplica Cearense

Composição: Gordurinha e Nelinho

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar

Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno

Que sempre queimou o meu Ceará




Música - Especial Mês de Junho

Música 28: A Casa da Saudade - Coroné Caruá


“A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração

(Henrique Maximiliano Coelho Neto)

A casa da saudade chama-se memória… Algumas vezes escolho ir até lá, mas em outras sou tragada, assustada, sem nem ao menos perceber, para dentro dela. Em algumas dessas visitas inusitadas estou num cômodo que rouba um sorriso dos meus lábios. Foi em fração de segundos que me descobri ali, experimentando uma sensação gostosa que rompe em riso e, no auge da alegria, faz brotar uma lágrima, motivando-me a celebrar a vida, escrevendo a alguém “só” pela gratidão de tê-lo em minha história. Outras vezes, o lugar que visito não é tão agradável… Ou o é, não sei… É estranho quando isso acontece, o coração aperta, revela a incerteza de como cheguei até lá, e não sei muito bem o que vou encontrar. Esse cômodo, por mais que tenha tanta vida e me brinde com doces bolhas de boas memórias, traz a certeza do nunca mais. É ai que as lágrimas se multiplicam e molham os lábios, que teimam em sorrir, ao olhar o bom que houve. Não é possível escrever com gratidão, restando uma oração silenciosa, que parece me transportar dali e me fazer descansar em paz. Celebrar a vida, dessa vez, é perseguir o exemplo e fazer nascer sementes… Flores e frutos que não morrerão, já que a vida fala mais alto que a morte. Nesse entra e sai da memória, em que você não escolhe fato, momento, pessoa ou lugar, descobre-se, enfim, que a vida, a cada instante, deve ser celebrada. Aumentam-se, assim, os cômodos, eternizando aquilo que é precioso e mantendo aquecido e afinado o canto do coração.


A Casa da Saudade

Composição: Coroné Caruá

A casa que vovô morou,
O meu pai herdou
E passou pra mim
Mas para arrumar amor novo
Numa casa velha
Ai é tão ruim
Pensei em me casar com ela
Mas a casa velha
Ela não quis não
Era o que eu mais queria
Por isso doía
O meu coração
Troquei a casa velha
Numa casa nova
Pra casar com ela
Aí eu fiz um bom negócio
Pois ganhei de volta
O coração dela

Música - Especial Mês de Junho

Música 27: De volta pro aconchego - Dominguinhos e Nando Cordel

De volta pro aconchego

Composição: Dominguinhos/Nando Cordel

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero
Um abraço para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade

Que bom poder estar contigo de novo
Roçando teu corpo e beijando você
Pra mim tu és a estrela mais linda
Teus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter.

É duro ficar sem você vez em quando,
Parece que falta um pedaço de mim.
Me alegro na hora de regressar,
Parece que vou mergulhar na felicidade sem fim.



Música - Especial Mês de Junho

Música 26: Homem Passarinho - Leonardo Leite Pereira

Homem Passarinho

Composição: Leonardo Leite Pereira

Lá em casa
Tem um passarinho
Preso na gaiola
Quando ele canta
Eu pego na viola
Sou eu e ele sem poder voar
Se eu abro a porta canarinho
Você vai embora
Motivo forte, muita gente chora
E eu choro pelo amor
Que se foi pelo ar
Não te solto, passarinho
Nunca cometo a besteira
Lá fora tem menino
E atiradeira
Alçapão e armadeira
Pra te pegar
Prefiro bem te ver mais preso
Dentro da gaiola
Do que marca de chumbo
Bem na tua gola
E é menos um bichinho
Pra poder cantar
Nós somos dois
Iguais nessa vida
Homem e passarinho
Sentindo a falta de amor e ninho
Você preso e eu sem assas
Pra poder voar.


Música - Especial Mês de Junho

Música 25: Sabiá - Luiz Gonzaga e Zé Dantas


Sabiá

Composição: Luiz Gonzaga / Zé Dantas

A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

Tu que anda pelo mundo (Sabiá)
Tu que tanto já voou (Sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (Sabiá)
Alivia minha dor (Sabiá)

Tem pena d'eu (Sabiá)
Diz por favor (Sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (Sabiá)
Onde anda o meu amor
Sábia...

A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)

Tu que anda pelo mundo (Sabiá)
Tu que tanto já voou (Sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (Sabiá)
Alivia minha dor (Sabiá)

Tem pena d'eu (Sabiá)
Diz por favor (Sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (Sabiá)
Onde anda o meu amor
Sábia...

(Psiu, Psiu, Psiu)
(Psiu, Psiu, Psiu)

(Psiu, Psiu, Psiu)

(Sabiá)
(Sabiá)
(Sabiá)

Sabiá...

Tem pena d'eu (Sabiá)
Diz por favor (Sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (Sabiá)
Onde anda o meu amor
Sábia...




Música - Especial Mês de Junho

Música 24: Frevo Mulher - Zé Ramalho

Frevo Mulher

Composição: Zé Ramalho

Quantos aqui ouvem
Os olhos eram de fé
Quantos elementos
Amam aquela mulher...

Quantos homens eram inverno
Outros verão
Outonos caindo secos
No solo da minha mão...

Gemeram entre cabeças
A ponta do esporão
A folha do não-me-toque
E o medo da solidão...

Veneno meu companheiro
Desata no cantador
E desemboca no primeiro
Açude do meu amor...

É quando o tempo sacode
A cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vagueia
Procurando por um...(2x)

Quantos aqui ouvem
Os olhos eram de fé
Quantos elementos
Amam aquela mulher...

Quantos homens eram inverno
Outros verão
Outonos caindo secos
No solo da minha mão...

Gemeram entre cabeças
A ponta do esporão
A folha do não-me-toque
E o medo da solidão...

Veneno meu companheiro
Desata no cantador
E desemboca no primeiro
Açude do meu amor...

É quando o tempo sacode
A cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vagueia
Procurando por um...(4x)